Metal Open Air - Era para ser um mega evento, se tornou o maior fiasco do mundo da musica.

Metal Open Air - Era para ser um mega evento, se tornou o maior fiasco do mundo da musica.

O que era para ser o maior festival de metal de toda a América Latina (e um dos maiores do mundo), Metal Open Air, gerou muita polêmica nos últimos dias. Marcado para acontecer entre sexta (20) e domingo (22 de abril), em São Luís, Maranhão, o evento sofreu com desorganização, tumultos provocados pela falta de informação, presença de policiais e do Procon, culminando com o cancelamento de diversas bandas, incluindo alguns dos headliners - como Anthrax, Blind Guardian, Ratos de Porão, Hangar, Saxon, Venom, Andre Matos e o Rock N' Roll All Stars, grupo exaltado como uma super constelação de estrelas do metal (entre elas Gene Simmons), e que traria o ator Charlie Sheen como mestre de cerimônias. Com todos esses problemas, o festival teve atrasos enormes nos seus dois primeiros dias e acabou cancelado no domingo.

Apesar dos atrasos e das reclamações sobre falta de estrutura (pelo Twitter e Facebook, usuários relatavam que o acampamento do festival estava localizado em estábulos, e falavam em falta de água e luz) o festival teve shows na sexta (20) e sábado (21). Apesar do Megadeth, um dos headliners do festival, terem subido ao palco (e apresentado um show de altíssima qualidade), das 47 bandas previstas, apenas 13 subiram aos palcos do festival.

Kléber Moreira, do Procon de São Luís, falou ao Terra que abriu um processo em parceria com o Ministério Público contra os organizadores do evento. "Ainda assim o Procon vai receber ações individuais, de pessoas que querem ser ressarcidas", explicou.

O Blind Guardian, através de seu site, criticou duramente a organização do festival. "Devido a enormes problemas técnicos e administrativos, fomos forçados a cancelar. Parece que a produção local não tem sido capaz de garantir a estrutura de um festival. No futuro, teremos mais cuidado ao confirmarmos os shows."

O grupo Rock N' Roll All Stars manifestou preocupação com os fãs em nota. "Fomos informados, antes de voarmos para o Brasil, que muitas outras bandas já cancelaram suas apresentações. Estamos muito preocupados com a segurança de nossos fãs e dos artistas que já estão no festival. Ouvimos relatos de que é o evento é perigoso e um desastre. Por favor, tenham cuidado. Estamos ansiosos para fazer rock com vocês no futuro".

O desastroso evento por pouco não se tornou uma tragédia. O festival programado para se realizar no Parque da Independência em São Luiz (MA), foi, seguramente, o maior fiasco, gerando entre os participantes um incrível clima de insegurança, com destaque (negativo, é claro) em muitos jornais nacionais e internacionais. Diversos veículos divulgaram notícias sobre o descaso no evento. Inclusive o Jornal Nacional, mostrando a indignação legítima do público presente.


Apesar do desrespeito da organização, fomos desta vez, tratados de forma positiva e despreconceituosa pela mídia. Pois, depois de todo o descaso com os fãs do metal, viu-se uma atitude positiva: do Público. Parabéns aos metaleiros que, mesmo tendo de se deslocar milhares de kilometros e gastando o que nem tinham, tiveram o bom senso e não apelaram para nenhum tipo de quebra-quebra ou violência. O que, se ocorresse, não seria nada de mais, dada a frustração e abuso a que foram submetidos. Basta lembrar do ocorrido no Woodstock de 99.

Após cancelamento do Metal Open Air no último fim de semana, os responsáveis pelas produtoras organizadoras do evento trocam acusações pela imprensa. Ambas acusam uma à outra de não ter cumprido regras contratuais, quebra de contrato com as bandas e com os fornecedores, falta de pagamentos, etc, o que culminou com a interrupção antecipada do evento.

A seguir, transcrevemos os direito de resposta das empresas envolvidas:

Lamparina Produções, por seu responsável, Natanael Júnior: "Tudo que vou relatar nessa carta, não são acusações levianas e infundadas, posso provar tudo através de e-mails, documento e recibos, que vou apresentar à polícia e a justiça, porque até agora somente eu fui responsabilizado pelo ocorrido.

A realização do Metal Open Air era de responsabilidade de 3 empresas que assinavam o evento: CK Concerts, Negri Concerts e Lamparina Produções. Notem que em todos os releases oficiais, a nota começava com a seguinte frase: "A Negri Concerts em Parceria com a Lamparina Produções e Ck Concerts...". No acordo, o Sr. Felipe Negri prometeu 4 HEADLINERS para o festival e mais 16 bandas de médio porte. Durante todo esse tempo, tivemos vários problemas com relação a contratação de bandas por parte do Sr. Felipe Negri, ele passava as bandas que viriam e depois elas não viriam mais, ele alegava que algumas pessoas estavam boicotando. No decorrer do projeto, pedimos várias vezes os detalhes do contrato das bandas, queriamos saber os valores, mas nunca nos foi passado, o que ele passava verbalmente eram valores superfaturados dos cachês; vou dar o exemplo do UDO, em maio do ano passado, fiz o show do UDO e paguei 8 mil dolares de cachê, mas no festival nos foi passado um valor de 40 mil dolares, ou seja 500% de ágio, e isso aconteceu com TODAS as bandas, mas já tínhamos colocado nosso nome no projeto e não podíamos desistir. Mais uma vez reforço, que pedimos várias vezes os contratos das bandas e ele NUNCA nos passou. Na reta final ele nos disse que para contratar o Symphony X e Saxon precisaria de um acréscimo no valor, o que caracterizou quebra de contrato, mas estávamos refens da situação e nas mãos dele, uma vez que o festival já estava na mídia e a todo instante havia pressão de que as bandas não viriam e etc.

O nosso contrato previa 950 mil dolares para as 20 bandas colocadas em SLZ, esse contrato foi assinado somente em fevereiro de 2012, sendo que o festival já havia sido anunciado desde novembro. O Sr. Felipe Negri recebeu em sua conta e contas indicadas por ele toda a venda de ingressos efetuada através de transferência bancária pela Ticket Brasil e mais depósitos efetuados por nós da Lamparina e dinheiro entregue em mãos combinado em conversas telefônicas, totalizando mais de 90% do total do contrato. Foi acertado via conversa via telefone que daríamos o restante do valor aqui em SLZ um dia antes, mas para a nossa surpresa, o Venom e Saxon cancelaram um dia antes, então quem já estava nos devendo era o Sr. Felipe Negri, que mesmo assim ficou fazendo pressão que queria receber do mesmo jeito senão as bandas não tocariam, e que o Saxon e o Venom não devolveriam o dinheiro e que o festival iria cair. Exigimos MAIS uma vez os contratos e relação de pagamentos para as bandas e não nos foi passado, temos vários e-mails dele com diversas informações conflitantes de valores, mentira atrás de mentira sobre valores de cachê. Na semana do show o Sr. Felipe Negri fez pressão dizendo que mais de 15 bandas não estavam pagas e que deviamos a ele mais de 300 mil dolares e que as bandas não iriam tocar. Mas se o Venom e Saxon não vinham, por que teríamos que pagar mais ao Sr. Felipe Negri? Essa foi a nossa pergunta durante o turbilhão de coisas para resolver. Foi um caos, não conseguimos resolver quase nada de produção na reta final.

Parte Técnica

Com relação à parte técnica nos foi praticamente IMPOSTO que seria uma empresa de São Paulo que teria que fornecer todo o backline do festival. Nada contra a renomada empresa, mas não nos deixaram negociar com eles, já havia um pacote pronto de R$150.000 mais 10 técnicos com passagens aéreas e hotel. Achamos o valor alto e conseguimos outra empresa também de renome que atendia o backline com o mesmo padrão de qualidade, mas a equipe do Sr. Felipe Negri tinha o contato direto com as bandas internacionais, não deixava a nossa produção tratar nada e implantou o caos, deixando as bandas nervosas, dizendo que não tinha segurança, que tudo não servia, que o show só iria acontecer por eles, o que acabou sendo preponderante para o cancelamento do Anthrax que já estava na cidade, assim como todas as bandas internacionais que tocariam no sabado e domingo. Depois disso, as bandas não quiseram tocar mais com medo de acontecer alguma coisa.

Agressão

Em primeiro lugar aquele machucado não foi causado por nenhuma pessoa da nossa produção. Por que ele não registrou B.O ou fez exame de corpo delito? Estavamos os três na tarde de sábado fazendo as coisas funcionarem, combinamos os três de dar uma explicação ao público, pegamos o microfone e o Sr. Felipe se evadiu do palco. Ele não pagava de realizador, por que fugiu? O mesmo ele entou fazer a noite ao retirar sua equipe às pressas do local. Pedi que a segurança não deixasse ele sair, porque ele era e é responsavel pelas vidas ali, mas ele foi um covarde e fugiu para o hotel. Fiquei até o final com a minha família para garantir a segurança de todos os presentes, e graças a Deus tudo transcorreu sem tumultos, sinal de que existia, sim, segurança no local.

Bandas Nacionais

A responsabilidade pela contratação das bandas nacionais era nossa, nós falhamos com algumas bandas, tentamos fazer o melhor, mas infelizmnte não deu, com todos esses problemas na reta final do festival. Não queremos nos esquivar de nossas reponsabilidades, mas responder pelo que nos cabe. A nossa intenção era a mais correta possível e não aceitamos que nenhuma banda nacional pagasse para tocar no festival. Por outro lado temos um e-mail da conversa do Sr. Felipe Negri com uma banda de São Paulo onde o Sr. Felipe estaria cobrando R$15.000 para que a banda tocasse. A própria banda entrou em contato conosco e nos passou o e-mail, que guardamos como prova. Não colocamos a banda no cast para o festival não ter sua credibilidade arranhada naquele momento.

Por fim, peço desculpas. Para mim, esse festival era um sonho, um projeto de vida. Estamos com um prejuizo de mais de um milhão e meio de reais; estou me desfazendo de meu patrimônio, para honrar parte dos débitos. Queria que o público fosse conhecedor disso tudo. Houve boicote em uma série de questões reaferentes à realização dos shows, mas o que não se pode esquecer é que são 3 empresas realizadoras, Negri Concerts, CK Concerts e Lamparina Produções. Apanhei da mídia sozinho durante esse fim de semana. A integridade física, moral e pessoal e da minha família foi exposta.

Peço desculpas novamente ao público, que por sinal apresentou comportamento exemplar, apesar dos problemas, mantendo a ordem, mostrando que o público de heavy metal não é feito de vândalos. Imaginava um festival diferente, sonhei com um festival diferente, mas infelizmente, apesar de ter tentado de todas as formas, não consegui terminar o festival. Mais uma vez, peço desculpas ao público que ama o metal como eu, lutei até onde tive forças, falhei, acreditei na boa fé das pessoas, mas jamais fui leviano".


Negri Concerts, por nota em seu site: "A Negri Concerts vem através desta comunicar o cancelamento do festival METAL OPEN AIR no seu último dia de apresentações, neste domingo (22). Uma série de problemas técnicos, estruturais e de logística impossibilitou a continuação e culminaram no cancelamento do evento.

Durante a madrugada e manhã de sábado (21), nossa empresa descobriu que os fornecedores de som, luz, palco e backstage não foram pagos pela Lamparina Filmes e Produções, empresa responsável pela contratação e pagamento das mesmas. Sentindo-se lesados, os fornecedores do evento passaram a desmontar todo o equipamento, impossibilitando que o segundo dia de atrações acontecesse para o público. Com medo de represálias e um princípio de tumulto formado pelo público da área de camping, que percebeu a movimentação na desmontagem, a polícia foi chamada para acompanhar a retirada dos equipamentos e garantir a integridade física dos fornecedores, assim como da equipe de apoio técnico de palco da Negri Concerts, que se encontrava no local tentando resolver o problema gerado por seu então parceiro.

Mesmo com todos os contratempos, a Negri Concerts em conjunto com parte da equipe da Lamparina Produções, que estava comprometida com a entrega do evento neste dia, passou a renegociar a permanência dos fornecedores no local. No entanto, nenhum dos funcionários das equipes sentiu-se seguro para dar continuidade ao festival. Preocupado com o público, o proprietário da Negri assumiu a liderança técnica do evento e a partir daí houve uma força-tarefa do departamento artístico da empresa para convencer as bandas que estavam programadas para tocar permanecessem no cast e não cancelasse suas participações, o que infelizmente não foi possível. As bandas Blind Guardian, Grave Digger e U.D.O. optaram por não participar após vistoria técnica e de segurança do Parque Independência por parte de suas equipes ainda durante as primeiras apresentações nacionais, que começaram com cerca de sete horas de atraso.

De acordo com essas bandas, não havia segurança nem para o público, nem para si próprios, além de ter a estrutura técnica comprometida, já que não houve tempo hábil para remontar equipamentos básicos necessários para dar continuidade às apresentações internacionais. A banda Legion of the Damned acabou sendo a única atração internacional da noite, e juntou-se às outras três bandas nacionais que, em consideração ao público e à nossa empresa, fizeram o que estiveram ao seu alcance, entregando performances carismáticas e intensas como a do Korzus, que tocou por mais de duas horas para os cerca de dez mil fãs presentes de todas as partes do país e da América do Sul.

Mais cedo, o Anthrax se recusou a participar do festival pelo não cumprimento de rider técnico por parte da Lamparina Filmes e Produções, exigindo sua saída imediata da cidade de São Luís. No aeroporto, a banda sofreu tentativa de agressão por parte de fãs revoltados e o intérprete acabou ferido na tentativa de proteger os integrantes do grupo.

Com o fim precoce do segundo dia de apresentações, as empresas envolvidas se reuniram em uma tentativa de acordo para a viabilização do último dia de evento. Mais uma vez, infelizes com a falta de pagamento por parte da Lamparina Filmes e Produções, os fornecedores decidiram por retirar todo o seu equipamento do Parque Independência em definitivo, impossibilitando que toda a grade de programação de hoje acontecesse. A Negri Concerts informa que TODAS AS BANDAS INTERNACIONAIS foram avisadas dos acontecimentos do dia anterior, e apesar de assustadas, assumiram o compromisso de seguir com as apresentações de hoje.

É importante ressaltar a todo o público que a participação da Negri Concerts nessa parceria restringiu-se à intermediação de negociações com seu então parceiro local das atrações internacionais, com exceção do Rock n Roll All Stars, que foi negociado diretamente pela Lamparina Filmes e Produções. A entrega da Negri Concerts consistia nessa intermediação e no apoio técnico de palco e artístico / receptivo dessas bandas na cidade de São Luís. A própria Lamparina assumiu em público – em anúncio feito em um dos palcos no sábado – que por falta de dinheiro houve os cancelamentos de bandas e os problemas estruturais já citados acima, adicionando-se a isso sérios problemas como falta de saneamento básico para o camping, roubos e furtos dentro da área do festival pela falta de segurança, entre vários outros.

Na manhã de hoje, a Lamparina Filmes e Produções impediu que as atrações internacionais deixassem o hotel para pegarem seus vôos proibindo que o serviço de vans que a mesma contratou permanecesse disponível. Mais uma vez, a Negri Concerts assumiu o controle de logística e está garantindo a saída em segurança dessas bandas da cidade de São Luis.

A Negri Concerts não se eximirá de suas responsabilidades, e vem através desta nota reafirmar seu compromisso com os fãs de heavy metal do país na entrega de espetáculos com preços de ingressos acessíveis e com atrações de nível, algumas delas inéditas no Brasil. Informamos também a todos que as apresentações das bandas Blind Guardian, Grave Digger e Shaman no Credicard Hall (São Paulo) e em Curitiba no Master Hall, além de OTEP e Annihilator no Carioca Club estão confirmadas e não foram afetadas pela série desastrosa de acontecimentos durante o Metal Open Air.

Por fim, a Negri Concerts lamenta pela cidade de São Luis, que não merecia tantas citações negativas e sempre foi digna de um grande festival de heavy metal. Sentimos pela entrega não ter chegado nem próximo do ideal".

Dave Mustaine, vocalista e guitarrista do Megadeth, afirmou neste sábado (21) que o primeiro dia do Metal Open Air, em São Luís, no Maranhão, só aconteceu graças aos esforços de sua equipe. Em um comunicado publicado no Facebook, o músico agradeceu aos fãs por terem comparecido ao show e fez comentários sobre a situação.
"O show de [sexta-feira, dia 20] foi desafiador, mas nós conseguimos fazê-lo! Gostaria de agradecer especialmente à minha banda e à minha equipe por terem feito isso acontecer. Se não fosse por minha equipe, especificamente, o festival provavelmente não teria acontecido", disse. "Eles fizeram cobertores de seda com pele de porco".
Mustaine disse ainda que estava ciente da desistência de diversas bandas para tocar no festival, mas que, em respeito ao público, o Megadeth se apresentaria no evento, que foi cancelado neste domingo (22), no que seria seu último dia. "Tocaríamos de qualquer forma. Não estavamos mais ali para tocar para o produtor do show. Estávamos tocando para as pessoas. Esse é o significado disso tudo. É sobre música e sobre tocá-la para vocês!", concluiu.


Um sinal de que tudo poderia terminar mal (como de fato terminou) foi o fato de que, no ano passado, os criadores do festival terem escolhido o nome Wacken Brasil. Porém tiveram de mudar pois o mesmo não estava disponível. Um absurdo...
mas andes

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