Amy Lee é mais nova mãe do pedaço. No dia 28 de julho, veio ao mundo o pequeno Jack Lion Hartzle, que instantaneamente teve sua foto divulgada pela mãezona em seu Facebook. E,bora esteja curtindo os primeiros dias de vida de seu primogênito, a cantora concedeu entrevista à Rolling Stone norte-americana e falou sobre seu projeto solo, o futuro do Evanescence e claro, as aventuras da maternidade. Confira a entrevista, traduzida pelo fan-site Evan-Atrium:
Você gastou algo próximo de um ano trabalhando em “War Story”. Quão diferente foi a experiência comparado a fazer um álbum do Evanescence?
Esse processo foi único até para a indústria musical porque foi super indie. [Dave e eu] tivemos uma relação com o diretor Mark [Jackson], ele veio e escutou algumas coisas e nos disse que estávamos no caminho certo, nós começamos a tocar e alimentamos os trabalhos uns dos outros. Foi um ótimo começo; é diferente de algo do tipo “Como eu quero me expressar no meu novo álbum?” Ele nos forneceu esse plano de trabalho, um mapa, de “Certo, eu quero que o ouvinte sinta esse tipo de emoção, faça o personagem se sentir triste ou isolado.” Você tem esses pontos de partida, é legal porque força você a escrever de forma diferente. Eu sinto tipo como se estivesse exercitando uma parte diferente do meu cérebro.
Como você descreve o filme?
Para mim é bastante sombrio. Nós estamos chamando o álbum de “Aftermath” em parte porque o filme em si é sobre as consequências (aftermath), não é sobre a guerra. É chamado de “War Story”, mas você não irá ver nenhuma guerra. É sobre as consequências em como ela lida com o que ela testemunhou. E o álbum é a consequência de nós tocando aquelas canções. Provavelmente metade das canções não está no filme, nós apenas estávamos trabalhando grande assim, nesse campo aberto. Espero que você possa escutar e sentir.
O que esse projeto tinha que o levou a você?
Eu sempre quis fazer uma trilha, é realmente difícil de achar a oportunidade certa quando você tem essa bagagem e já tem esse estilo conhecido. Não me entenda mal, não estou reclamando e não vejo isso de nenhuma forma a não ser positiva, mas quando alguém quer me usar, eles apenas pensam em mim como uma cantora de rock ou gótica, mas eu faço mais um monte de coisa além de cantar! É difícil fazer algo do tipo “Eu quero menos, não quero ser o centro das atenções, me deixe mostrar o que posso fazer com o arranjo de programação ou produção.” Sabe, diferente de eu chegar e cantar a canção principal. Foi difícil de achar a oportunidade certa, mas essa é ela.
Você acha que é definida pelo seu passado?
Pessoalmente? Não completamente. Não me sinto como duas pessoas diferentes. Nunca me senti como se estivesse em um papel, você apenas muda. É engraçado, as pessoas ainda falam sobre “My Immortal”, e é incrível, é legal, mas eu tinha tipo 14 ou 15 anos quando aquilo aconteceu. Quando eu escrevi “Bring Me To Life” eu tinha 19 anos. Imagine as coisas que você pensava, jeito que você falava e as coisas que você fazia quando tinha 19 anos. Até o jeito que você processa relacionamentos e tudo mais, evolui a partir dali. Estou muito mais madura, completa e tenho muito mais a dizer. Eu estaria mentindo se eu não admitisse que tem coisas no “Fallen” ou até mesmo antes, no “Origin”, que me fazem estremecer. É embaraçoso. Principalmente o conteúdo das letras, meu Deus, é tipo meu diário antigo. Mas eu posso abraçar aqueça inocência porque eu nunca mais irei ter aquilo novamente, é especial.
No início desse ano, você iniciou uma ação contra a Wind-Up Records. O que você pode nos dizer sobre os fatores que levaram você a iniciar essa ação legal?
Não posso dizer qualquer coisa negativa; eu tive que assinar um acordo de não divulgação, então essa é a única forma de dizer que ainda tenho algum vínculo. Sempre há frustrações quando você não está no controle do seu projeto. Tudo é colaborativo, tipo, realmente é, até mesmo esse projeto, tivemos alguém para agradar, alguém que tinha as direções, alguém que tinha que gostar antes de tudo funcionar. Mas, o que tem sido diferente com esse projeto é como o processo é criativo… o diretor era uma pessoa criativa, ele quis que fossemos tão estranhos e criativos quanto possível, nos deixou fazer as coisas da nossa maneira, respeitou e apreciou. Ao invés de ter um plano pronto que um milhão de pessoas já fizeram e tentar nos forçar a ir por esse caminho.
Quais são as consequências desse acordo?
Tudo ainda é o mesmo para mim; não é como se eu não fosse receber dinheiro quando alguém compra o “Fallen”, mas eles venderam para outra pessoa. Meu catálogo antigo é agora dessa companhia Bicycle-Concord, e eles são ótimos, então não há nada diferente aí. Mas meu futuro é meu, então tudo o que eu fizer daqui em diante é minha decisão, e isso é ótimo.
Então o que isso tudo significa para o Evanescence?
A situação é que não estamos trabalhando nisso agora. Não gosto de fazer previsões para o futuro, porque sou honestamente mente aberta, e eu nunca quero dizer que acabei com nada disso, porque é uma grande parte de mim. Eu amei meu tempo com o Evanescence, eu não poderia simplesmente jogar tudo fora, mas, para um futuro próximo, eu não tenho planos com a banda. É realmente importante tirar um pouco de tempo para mostrar diferentes lados de mim. Eu disse isso de todas as formas ao longo do Evanescence, especialmente no segundo e terceiro álbum: “Eu tenho a liberdade de me expressar completamente dentro da banda, então porque eu iria fazer algo diferente?” Mas isso é verdade apenas em parte, porque por mais que eu possa ir ao longo de um monte de emoções, há uma certa expectativa ali. Com os fãs, comigo mesma, eu sei o que o Evanescence é; é uma entidade, é maior que apenas eu, o que é ótimo, mas eu posso escrever uma canção e ser tipo “Essa é ou não é uma canção do Evanescence,” e ambos podem acontecer. Então não precisa haver amarras para eu fazer música.
Você começou uma família em Nova York, isso impactou na banda?
Isso não foi realmente novo; sempre vivemos em lugares diferentes. Eu não estava mais perto deles quando morei em Los Angeles. Eu ainda falo com eles e escutamos as coisas uns dos outros; Troy [McLawhorn] está trabalhando em algo bem legal que escutei outro dia. Mantenho mais contato com Tim [McCord] e Troy, mas eles não estão aqui, estão em todos os lugares, em diferentes cidades.
Você parece firmemente estabelecida na cidade de Nova York.
Eu amo isso aqui. Eu morei em vários lugares, mas esse é o primeiro lugar desde que eu era uma pequena garota no sul da Flórida que me faz sentir em casa. Temos uma boa comunidade aqui, um monte de bons músicos. Tudo está disponível aqui. Nada é tão normal e há música em todo lugar. Eu me inspiro o tempo todo apenas andando na rua. Sinto que vivo em um lugar artístico, e é realmente legal. Eu pego metrô o tempo todo, e não tenho um carro. Posso apenas caminhar como uma zumbi para as escadas e pegar o trem.
Como a ideia de ser uma mãe mudou sua visão do mundo?
Não sei onde começar. Estou mais animada porque quanto mais você envelhece, não é como se não existissem mais coisas belas ao seu redor, você apenas viu demais. Você percebe quando sente que já viveu todas as suas primeiras experiências, mas estou realmente esperando viver essas coisas de novo como se fosse minha primeira vez, pela cabeça das minhas crianças.
Isso mudou a forma como você vê o que você faz profissionalmente?
Sim. Sou uma artista, Nunca vou parar de ser eu e não acho que posso parar de fazer música. Você não muda tanto; Ainda serei eu e minha vida apenas será enriquecida, mais preenchida e ocupada. Mas eu acho que aqueles dias de viver na estrada em um ciclo de um álbum ser essa coisa difícil de trabalhar no estúdio por seis meses e então viajar por um ano ou dois, eles estão para trás. Não é apenas ser mãe, eu apenas não quero viver na estrada. Tenho a habilidade de fazer algo e colocar para fora, e não precisam ser 12 músicas. Não precisa ser um álbum completo, como o modelo antigo. É legal pensar nas coisas de um jeito diferente. Eu acabei de escrever algo bem legal, então como eu posso entregar aos fãs agora? Não precisa ser uma coisa tão grande e complicada.
Parece que você está disposta a sacrificar os ganhos comerciais pela felicidade.
Oh, eu tenho por um bom tempo. Acho que não sou como todo mundo. Até a música que tenho ao redor. Não estou escutando as coisas mais populares. Acho que isso sempre fui eu. Coloco muito valor em um bom trabalho, boa música, coisas que realmente me tocam. Muito mais do que sucesso ou fama em um nível monetário. Sempre fui assim.
Para finalizar, o que você espera conseguir com “Aftermath”?
Honestamente, isso vai soar estranho, mas quero apenas dividir com o mundo. Simples assim. Não tenho grandes expectativas, porque é um projeto diferente. Toda vez que libero algo novo, realmente me sinto muito bem, e tenho certeza que tenho pessoas que me apoiam e que irão gostar. Estou animada com “Lockdown”. Estou animada para escutar o que os fãs acharam de músicas como “Push the Button”, e estou feliz com todas as músicas, pelos meus fãs, e para mostrar às pessoas algo que elas nunca escutaram.